terça-feira, 29 de janeiro de 2013

BARCELONA - SPECIAL EDITION

Freddie Mercury sempre teve gostos musicais e culturais mais abrangentes que a maioria dos astrso do rock. Já nos primeiros discos do Queen a veia operística de Freddie Mercury era visível, tornando-se cada vez mais evidente, culminando com 'Bohemian Rhapsody'. Em 1981, ele se apaixonou pela - segundo ele - voz mais linda do mundo. Admirador de Pavarotti, pelo controle que tinha da voz, Freddie foi assisti-lo em 'Um Baile de Máscaras'. Porém, foi a mezzo soprano da apresentação quem conquistou o astro. Tão logo começou a cantar, Freddie ficou de queixo caído. A dona da voz era Montserrat Caballé.

Três anos depois, ao final das gravações de seu disco solo 'Mr. Bad Guy', Freddie subitamente disse a seu empresário Jim Beach: "Quero gravar com ela. Por favor, consiga isso." Após os contatos de praxe, um encontro foi finalmente arranjado, no Ritz Hotel, em Barcelona, cidade natal da cantora.

Juntamente com o pianista e arranjador Mike Moran, Freddie levou uma gravação sua, 'Exercises in free love', onde cantava em falsetto, imitando uma cantora de ópera. Extremamente nervoso pelo encontro e sem saber se a diva gostaria da música, Freddie, estupefato, ouviu a pergunta: "Posso cantá-la em meu recital no Covent Garden, no próximo domingo?" Assim nasceu Barcelona.

Freddie estava em seu ambiente: trabalhando com sua heroína, ampliando seus horizontes musicais e desafiando a si mesmo como jamais fizera antes. No decorrer do anoseguinte, Freddie, Montserrat e Mike Moran gravaram um álbum excepcional. Como sempre, Freddie mergulhou nos mais variados estilos musicais: gospel, ópera, clássico, balada, pop.

O disco vendeu um milhão de cópias já no lançamento, em 1988. A canção-título ficou entre as dez mais de 1987 e foi escolhida como música tema dos Jogos Olímpicos de 1992. A ideia era que Freddie e Montesrrat apresentassem a canção ao vivo na cerimônia de abertura. Mas o destino tinha outros planos. Durante a preparação do disco, foi confirmado que Freddie era soropositivo.

Freddie faleceu oito meses antes dos Jogos Olímpicos. Ele não chegou a ver sua obra tornar-se o grande sucesso daquele ano, chegando a atingir o segundo lugar das paradas britânicas.

Inacreditavelmente, Barcelona foi gravado usando apenas sintetizadores. Freddie achava que gravar com uma cantora de ópera, vinda de um meio tão diferente para ele e ao mesmo tempo cuidar dos arranjos das músicas para uma verdadeira orquestra era demais para ele, e optou pela gravação apenas com os teclados. Durante todos esses anos, porém,  admiradores do álbum desejaram saber como ele soaria sendo apresentado por uma verdadeira orquestra.

Agora, 25 anos após seu lançamento, Stuart Morley, diretor musical do espetáculo "We Will Rock You", adptou fielmente o disco para uma orquestra completa, o que o elevou a um outro patamar, mais triunfante, grandioso e emocionante. Mas não foi só isso. Além da instrumentação tradicional, apresentada pela Filarmônica de Praga, outros instrumentos foram adicionados pela primeira vez, como o koto, instrumento tradicional japonês praticamente desconhecido no ocidente, acrescentado na faixa 'La Japonaise'. Rufus Taylor (filho do baterista do Queen, Roger Taylor), substituiu a bateria sintetizada pela real, em 'The Golden Boy' e 'How Can I Go On?'. Essa última música traz, ainda, um solo de violino de David Garrett e o baixo de John Deacon, também do Queen.




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